O que aconteceu com a personalidade?

domingo, 14 de setembro de 2008


Sempre tem um ou outro que não se encaixa em nenhum grupo. Aquele que no colégio sentava sozinho e não falava com ninguém.
Nessa sociedade que ultimamente qualquer pessoa quer virar celebridade, a figura do ‘ninguém’ sempre me pareceu o melhor modelo de vida. E isso não quer dizer que eu sou uma pretensiosa do tipo ‘é legal ser diferente’. Simplesmente ‘ninguém precisa ser igual’.
Nos últimos dias eu venho observando o estilo de vida dos adolescentes, já que trabalho em uma escola na parte do dia e a noite faço faculdade (nada relacionado a psicologia).
Assisto sem nenhum entusiasmo aqueles filmes americanos de turmas de universidade com aquelas fraternidades onde o cara tem que passar por uma coleção de humilhação apenas para ser aceito nessas fraternidades idiotas.
Fico imaginando o que leva uma pessoa a essa necessidade doentia de ser aceita. E com o tempo me parece que em busca de aceitação as pessoas têm se padronizado de maneira assustadora. Hoje em dia ouve-se as mesmas musicas, usa-se o mesmo corte de cabelo e as mesmas roupas, até a personalidade é igual. Só assim para um adolescente se sentir aceito, se sentir parte de alguma coisa. Ele é compreendido e aceito, não vira motivo de piada para os outros.
Então o que acontece é muito simples, se está num grupo onde o lance é odiar alguém, seja quem for então o cara vai passar a odiar, mesmo não sabendo o motivo, a turma odeia e pronto, ele tem que seguir esse padrão, senão seu futuro é ser zoado o resto da vida.
Numa novelinha como Malhação, só pra citar um exemplo bastante óbvio, a impressão que fica é que o roteirista escreveu um monólogo e depois distribuiu as falas entre vários personagens. Não há diferenciação de personalidade. Todos falam as mesmas coisas, do mesmo jeito e usam as mesmas expressões. Em resumo: fique igual e permaneça legal. Resumo da novela: Basta pensar em um casal de vilões e um de mocinhos, então escolha um nome pra novela e chama um grupo de rock nacional pra fazer a musica de abertura. Não que eu odeie novelas, mas Malhação segue esse fluxo.
Existem programas que são verdadeiras aberrações. Um deles é aquele Famous Face. Uma maluca coloca na cabeça que quer parecer com seu ídolo, e essa maluquice é incentivada. A transformação é filmada e testemunhamos a verdadeira ‘frankesteinização’ sofrida pela pobre iludida que se submete à operação plástica, lipoaspiração e todo o resto que ‘está na moda’ pra ficar parecida com uma pessoa que ela nem conhece.
Tinha um programa ainda pior, onde uma modelo era chamada pra padronizar qualquer sujeito que não esteja seguindo as regrinhas do que a sociedade atual chama de ‘bom gosto’. Se uma garota não fizesse o gênero patricinha, a missão da apresentadora era introduzir a ‘rebelde’ ao “mundo dos iguais”. E da-lhe o que chama de “banho de loja”. Se o cara usa roupas largas e o cabelo todo espetado, então ele será transformado em um coitado metrosexual. Enfim é proibido ter estilo, quem não se enquadrar sai de cena.
Cada pessoa devia andar por ai rezando pela própria Bíblia, ou seja, fazendo suas próprias leis e fazendo uso de seu livre arbítrio. Mas não é o que tem acontecido.

8 comentários:

Neto. disse...

sinceramente, ainda acho que a sociedade não devia ser dividida em grupos, ja escrevi sobre isso no meu texto O Mundo.
você gosta de estudar a mente humana, assim como eu.
Faz psicologia, sinceramente, estou pensando seriamente em fazer.
A unica diferença de nos, é que eu tenho 16 anos.

Bill Falcão disse...

Parece que o livre arbítrio é uma condição cada vez mais em extinção,Invasora!
Bjooooooooooooooooo!!!!!!!

Jonatas Fróes disse...

É, eu também não acho que a sociedade deveria ser dividida em grupos, afinal somos todos iguais não é mesmo? Não é porque temos gostos e opiniões diferentes que não devemos viver juntos. Mas enfim... Isso é um taboo social. Sempre existiu e sempre existirá, e se depender das gerações vindouras será cada vez pior...

;*

Musikaholic

sacodefilo disse...

Concordo com você. Aliás, já leu ujm texto do Drummond chamado "eu etiqueta". Lembrei demais quando li o seu texto...
Muito legal

Sergio Trentini. disse...

Talvez isso não seja um problema, talvez esses grupos estejam ai pra testar as pessoas, pois os que tem personalidade de verdade nao se humilham pra pertencer a um grupo.
abraço

Neo disse...

Poxa,

Pura reflexão. Gostei demais também do texto "Até onde vai o amor". Que história hein.

Abraço

Neo
http://todosossentidos.wordpress.com/

Adi Loose disse...

nossa muito bom o texto, concordo com você, hoje em dia se perdeu muito da personalidade. e se você nao está "igual" aos outros é notavelmente excluido. vc faz faculdade de que?
gostei do seu blog, voltarei aqui.
bjos ;)

MissCrazyLove disse...

nossa, texto realmente inpactante e muuito forte. eu também já escrevi sobre isso e tow me identificando bastante com o seu blog, já botei até em ''favoritos'' shuehsuehushus

parabéns ameeeeei!!

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