Essa semana aconteceu algo muito desagradável com uma de minhas colegas, ela morreu de câncer pulmonar. Não éramos as melhores amigas da face da terra, mas havia uma cumplicidade que só nós sabíamos de onde vinha. Ela tinha 18 anos, era jovem e tinha uma longa vida pela frente. Nos conhecemos por acaso apresentadas por outra amiga em comum, houveram desavenças mas passou com o tempo.
Engraçado como o tempo muda tudo e todos. Parece que cavaram um buraco em meu peito, que cravaram uma faca nas minhas costas enquanto me abraçavam. Sinto falta das risadas e planos de vida que fazíamos acompanhadas de um bom vinho. Já perdi outras pessoas queridas, muitas delas amigas de longa data, alguns morreram por besteira, outros por vacilo da vida. Mas nenhum por uma doença terrível como essa. Por mais amigos que eu tenha perdido a dor não diminuiu a cada morte, muito pelo contrário, aumentou muito, me sinto sozinha e algumas vezes com medo de perder mais alguém.
Queria ter tido a oportunidade de dizer ‘EU TE AMO’ quando tive a chance. Ter dado só mais um abraço, dizer que as coisas melhorariam, bastava ter fé. Me faltam palavras pra expressar a raiva que estou sentindo nesse momento.
Há tantas pessoas ruins por ai, que não merecem viver, que faz coisas ruins o tempo todo. As pessoas matam, roubam, vivem de uma maneira suja e corrupta. Se destroem a cada minuto. Já gritei, xinguei, esperneei, dei murro na parede e nada disso a trouxe de volta, nada disso me ajudou a amenizar a dor. As lágrimas rolaram com esforço, porque ela devia ganhar um sorriso ao invés de minhas lágrimas, mas não deu pra segurar.