A observadora

domingo, 16 de novembro de 2008



Tenho me perguntado por que os adolescentes estão tão indispostos consigo mesmos. Nada mais lhes dá prazer, tudo o que desejam é uma moto aos dezessete e um carro aos dezoito, e quando não os tem sentem-se miseráveis. Eu também, em todos os meus sonhos, imagino-me com um apartamento e um carro, é evidente. Pra mim coisas materiais, esse pequeno conforto é o mínimo vital. Precisamos de algo mais. O que dá um sentido para a vida. E isto não vejo em parte alguma; mas certo número de jovens, e eu me incluo entre eles, está sempre em busca do que poderá dar sentido à vida.

Sempre demonstrei repulsa por certos fatos da história brasileira, como algumas guerras desnecessárias, mas por outro lado, pensava que outrora existiam coisas nas quais as pessoas acreditavam. Um dia cheguei a pensar que gostaria de viver na época da ditadura, pelo menos os adolescentes daquela época sabiam onde estavam, tinham um ideal. Acho melhor para uma pessoa se enganar de ideal do que não ter nenhum.

Vejo diariamente os adolescente se lançarem em qualquer tipo de “viagem” por estarem de tal forma insatisfeitos com a imagem de vida oferecida pelos adultos.

A maior parte das adolescentes vive para os meninos. Se o cara termina o relacionamento e começa a sair com outra imediatamente começam a criticar a atual namorada, sem perceber a grande injustiça nisso.

Em um fim de semana numa balada, percebi (no banheiro da balada) que diante do espelho as garotas perdem a personalidade (em sua grande maioria). Elas não eram nada mais que sua própria mascara, encarregadas de agradar aos “cavalheiros” do local. Não ousavam se mexer para não estragar o penteado e derreter a maquiagem. Claro que eu uso maquiagem, arrumo o cabelo e tudo o mais, porém faço isso pra mim mesma, nada de ir pra balada “pegar mais que as outras”. O conceito de “sair pra se divertir ouvindo uma boa musica” acabou, hoje em dia as baladas são pra beijar e se amassar, nada mais que isso, ninguém sai pra dançar e fazer amizades (a não ser amizades coloridas). Se não fizer isso você não se enquadra e é cafona por que sai pra se divertir sem ter que fazer essas coisas fúteis. Estou cansada dessa juventude fútil e sem ideais. Nada de ilusões e, principalmente nenhum ideal.

E se...

domingo, 2 de novembro de 2008

Mais uma vez lá estava eu, sentada no banco de uma praça cheia de coisas na cabeça. Só pra variar e exercitar a mente, comecei a ler um folheto que achei no banco antes de sentar, dizia: “Olhe para frente e veja o caminho que tens a seguir!”. Era uma propaganda de oculista, achei a frase um tanto estranha, mas parei pra pensar em seu contexto. Enquanto eu estudo e trabalho, vivo um dia de cada vez seguindo uma rotina nada excitante onde nada de interessante acontece a não ser desgraças, me peguei olhando o passado. E se eu tivesse tido outras atitudes, poderia eu ter mudado meu futuro? Que no caso é essa rotina incessante, a resposta não veio. Apenas um monte de pensamentos sem dono o qual eu precisei compartilhar. Me dei conta de que somos pequenos perante a imensidão da vida, claro que erramos pois somos humanos. Queria falar tudo que sinto e trago no peito, mas nem sempre encontro as palavras certas. Tenho tantos sonhos que parecem fugir de minhas mãos, mas que em alguns momentos sinto sua presença tão forte que é como se pudesse abraçá-los.

E se eu corresse atrás desses sonhos? A coragem vem e vai, eu a vejo ir flutuando em uma nuvem toda vez que desisto de algo. O grande problema com os sonhos é que perdemos tempo sonhando e não corremos atrás daquilo que queremos. Tudo na vida acaba e nem mesmo os sonhos são eternos. Por isso agora eu decidi aproveitar cada momento da minha rotina, isso ninguém pode tirar de mim. 

Templates para blogger 2007